Ninho das Gaitas está presente em mais de 1 milhão de acordeões em todo o Brasil 5m6sf

09/06/2025 1fe35
(Fotos: Divulgação)

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Considerado um dos símbolos do Rio Grande do Sul, o acordeon é um instrumento pesado, grande e de uma complexidade única. Mesmo assim, o som que se extrai dele é de uma beleza igualmente ímpar.

Seja no forró, na música sertaneja, na vanera, no baião e até mesmo no jazz, entre outros estilos, o acordeon, também conhecido como gaita ou sanfona, se encaixa em diversos estilos musicais. Por suas inúmeras particularidades, tocá-lo não é tão simples. E para preservá-lo é imprescindível uma boa manutenção.

Há 15 anos, Dois Irmãos conta com a única fábrica de peças e órios de gaita do Brasil. Além disso, a empresa também realiza consertos e está presente em 1 milhão de acordeões no país, através de suas peças e órios. O Ninho das Gaitas, situado na Rua Sede Campestre, atende em seu prédio próprio, com mais de 700 metros quadrados, distribuídos em três andares e diversos setores.

Foi neste ambiente que o Jornal Dois Irmãos conheceu toda a estrutura, processo de confecção, montagem e fabricação de inúmeros adereços que compõe um acordeon, acompanhado da analista istrativa, Andressa Krause, e do diretor geral e dono da empresa, Eloir Arnold.

Sua estrutura conta com sala de gaitas, estoque de peças, costura, afinação, oficina, istração, marcenaria, pintura e outros. A empresa tem 25 funcionários, que com seriedade e comprometimento realizam o trabalho que preserva e valoriza o instrumento e a música cultural tradicionalista brasileira.

 

Sobre o acordeon

Com sua chegada ao Brasil no século XIX, os acordeões vieram através de imigrantes europeus, juntamente de uma variedade de tradições musicais. No Sul, onde virou símbolo, os imigrantes italianos trouxeram a tradição do acordeon diatônico, o qual se caracteriza por vozes mais agudas e se encontra nas músicas folclóricas e folk europeia.

Os acordeões, também conhecidos como gaita ou sanfona, são instrumentos musicais que podem chegar a pesar até 13 quilos. Reconhecidos por sua complexidade, podem ter de dezenas a centenas de peças e até 428 palhetas, o que varia conforme o tamanho.

Segundo Eloir, o instrumento é querido pelos músicos porque consegue fazer música por si só, em composições solo e de acompanhamento. “Cada gaita tem sua particularidade. Elas são cheias de histórias, porque podem animar festas ou até mesmo ser tocadas em velórios”, explica.

A história por trás da gaita, conforme Eloir, levanta várias discussões e teorias, pois são inúmeros os relatos atribuídos ao seu surgimento e origem. “Acredito que, na verdade, todos tiveram alguma participação, e cada um foi agregando algo até chegar ao que tocamos hoje”, salienta.

Atualmente, a empresa realiza a venda de alguns acordeões no local, com atendimento que se destaca com máxima qualidade, além de seus anúncios on-line, através do site. O local é bastante procurado para a compra das alças e bags, que garantem conforto e segurança para o gaiteiro.

A empresa ainda fornece serviços de consertos que chegam de todo o Brasil. Segundo Eloir, dependendo da complexidade, podem levar de um dia até dois meses. “Diante disso, o valor final pode sofrer variação”, comenta.

 

Histórias que marcam o Ninho das Gaitas

O nome da empresa carrega uma história que causa gargalhadas entre os funcionários. “O nome se deu depois que um senhor, já de idade, veio até nós e viu a quantidade de gaitas que tínhamos e falou: ‘mas isso aqui é um ninho de gaitas!’”, relembra Eloir.  

Um dos trabalhos memoráveis do Ninho das Gaitas foi o conserto do instrumento de Paulinho Pezark, criador do perfil Santo Fole, com mais de 1,8 milhão de seguidores no Instagram. “Após o gaiteiro Paulinho Pezak ter sua gaita completamente destruída por um ônibus, recorreu ao Ninho das Gaitas para a missão de reconstruí-la completamente. Após muito trabalho, conseguimos refazer toda a gaita novamente”, comenta Andressa.

 

Conheça a estrutura e funcionários

– Sala das Gaitas: é um espaço reservado para gaitas que foram recondicionadas pela empresa, algumas datadas de 1920, e de diferentes nacionalidades, como a brasileira Todeschini, as italianas Excelsior, Dallape e Noble, e a alemã Hohner.

– Estoque de peças: é onde possui o maior estoque de peças do Brasil no ramo dos acordeões, e lá ficam mais de três mil peças, utilizadas na hora de restaurar e melhorar uma gaita.

– Costura: são produzidos materiais como as alças, que utilizam mais de 2.500 tipos de tecidos, alguns sintéticos, lonas e outros. Eveline Arnold, Nelci Melo, Rosemeri Lunkes, Simone Welter, Maria Eduarda da Silva e Mara dos Santos são as responsáveis pelo setor.

– Afinação: lá acontece o processo de afinar as palhetas (ou lâminas).

– Oficina: onde são realizados os reparos e restaurações das gaitas.

– Captação: são montadas as placas de captações para o acordeon. Servem para plugar a captação através de um cabo em caixas de som. Os setores de afinação, oficina e captação são istrados por Guilherme Scholl, Fernando Frozza, Ricardo Schneider, Ângelo Scholl, Ivan de Oliveira, Eduardo Stoffel e Thiago Prestes.

– Polimento: onde é feito o polimento das teclas e acordeões.

– Corte: onde é cortado o material para as alças e mochilas do acordeon.

– Marcenaria: onde são feitos alguns ajustes da madeira do acordeon e de peças que envolvem madeira que são usadas no instrumento, como sustenidos.

– Pintura: onde acontece a pintura e o polimento do acordeon. Os setores de polimento, corte, marcenaria e pintura são coordenados por Ezequiel Kellermann, Lucas Jacoboski, Adair Prestes, Mauro Mendes, Torkalli Consul e Ademir Blume

– Os setores istrativo, de vendas e estoque estão sob a responsabilidade de Eloir Arnold, Andressa Krause, Audrey Hanel, Emily Bieleski, Janaina Gil, Nicole de Oliveira, Patricia Wiltgen e Thiago Tossin.

 

Contato

O Ninho das Gaitas fica na Rua Sede Campestre, 195, bairro Industrial. Também está no Facebook e Instagram – @ninhodasgaitas – e atende pelo telefone (51) 99810-7878.


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