Documentário “Vale do Diabo” traz histórias intrigantes de Dois Irmãos 43534l

30/05/2025 42552x
Figurantes Adalberto e Noeli, ator Juliano Rangel (Menino Diabo), atriz Anastácia Bourscheid e figurantes Eder Miguel e Vinícius (Foto: Letícia Machado)

Figurantes Adalberto e Noeli, ator Juliano Rangel (Menino Diabo), atriz Anastácia Bourscheid e figurantes Eder Miguel e Vinícius (Foto: Letícia Machado) 5y4b4l

Dois Irmãos está sendo palco da produção de um documentário que promete revelar uma história pouco conhecida e repleta de mistérios: o curta-metragem “Vale do Diabo”. Em fase de pós-produção, o filme é dirigido pelo estudante e diretor Eduardo Abreu, que compartilhou detalhes do projeto em entrevista exclusiva.

A ideia para o documentário surgiu em 2019, quando Abreu, ao pesquisar sobre o ado da cidade, para outro projeto, encontrou na Biblioteca Pública Municipal de Dois Irmãos, o livro do primeiro prefeito, Justino Antônio Vier, Histórias de Dois Irmãos – ado e Presente. Já no índice, o título intrigante do capítulo “A história do ‘Menino Diabo’” chamou sua atenção, levando-o a descobrir uma história fascinante e inquietante. Inspirado pelo relato – que também encontrou na obra de Felipe Kuhn Braun, São Miguel dos Dois Irmãos: O Primeiro Século de História –, decidiu adaptar o conteúdo para o cinema, inicialmente como um longa-metragem de ficção histórica. Contudo, ele optou por um docudrama (documentário e drama na linguagem do audiovisual) de curta-metragem, considerado mais viável e dinâmico para o momento.

O título “Vale do Diabo” é uma referência irônica tanto ao personagem histórico central, quanto à própria região do Vale do Sinos. “O documentário narra a trajetória de Antônio Joaquim da Silva, conhecido como ‘Menino Diabo’, um farroupilha da década de 1830 que liderava um bando de homens responsável por ataques brutais e assassinatos na região do Vale do Rio dos Sinos. Sua baixa estatura e crueldade extrema o tornaram uma figura temida e quase mitológica”, conta Abreu.

Além do elenco principal, de acordo com o diretor, o curta contou com a participação de diversos figurantes voluntários da cidade, que colaboraram para dar vida às cenas de época. “O processo de produção teve seus desafios, como a busca por figurinos adequados e a gestão de recursos limitados”, destaca. Entre os percalços, um momento marcante que aconteceu já no primeiro dia de filmagem, segundo Abreu, foi a tentativa de gravação da cena em que os morros de Dois Irmãos precisavam estar cobertos de nevoeiro. “Precisávamos de um ar de maldade se espalhando e, no dia seguinte, na hora de filmar, o nevoeiro era tanto e tão denso, que não enxergávamos absolutamente nada. Ficamos aguardando por horas e, de um minuto para o outro, a névoa se dissipou rapidamente, e não deu tempo de filmá-la como gostaríamos. Isso nos obrigou a improvisar na edição”, conta.

O curta foi um dos projetos culturais contemplados em novembro de 2024 pelo edital de chamamento público nº 17/2024, lançado pelo Departamento de Cultura de Dois Irmãos, com recursos complementares da Lei Paulo Gustavo.

O projeto recebeu um financiamento de R$ 26.210,00, sendo uma realização da Prefeitura Municipal de Dois Irmãos, Ministério da Cultura e Governo Federal. “Quase todos os recursos técnicos e humanos, como aluguel de equipamentos e contratação de equipe técnica, foram garantidos através dessa verba”, explica Abreu. No entanto, por se tratar de uma produção de escala relativamente grande para esse orçamento, também foram necessários apoios, empréstimos e voluntários, que contribuíram de forma significativa para a finalização das filmagens.

 

Debates e incentivo a outras produções

Conforme Abreu, além de movimentar o setor cultural local e fomentar debates sobre a história regional, o documentário pretende incentivar outras produções audiovisuais na cidade. “A expectativa é que o filme alcance um público diverso, com foco especial nos moradores da região e nos interessados pela história do Vale dos Sinos”, justifica.

Após a finalização, prevista para agosto de 2025, o documentário será divulgado em festivais e terá exibições gratuitas em escolas e espaços públicos de Dois Irmãos e Morro Reuter. “Queremos provocar reflexões sobre como histórias antigas podem se misturar às lendas e sobre como a narrativa midiática pode distorcer fatos em busca de audiência”, conclui o diretor.

A produção é coletiva e envolveu 13 profissionais na fase inicial, com destaque para artistas e técnicos locais e de cidades próximas, como Porto Alegre.

 

Conheça o elenco, equipe e alguns figurantes:

 

Adalberto Francisco de Abreu, figurante

Anastácia Bourscheid, assistência de produção e atriz

Bernardo Appel, direção de fotografia

Bruna Dias de Azevedo, pesquisa para o roteiro

Cristiano Schenkel, ator, no papel de Mathias Mombach

Dag Ornelas, direção de arte

Eder Miguel Werepkowski, figurante

Eduardo Abreu, roteiro e direção

Fernanda Es. Bischoff, produção executiva

Giovanna Plentz, assistência de arte

Gustavo Pavão, assistência de som

Henrique Strieder, gaffer

Ida Celina, figurante

Juliano Rangel, ator, no papel de Menino Diabo

Luis Gasparotto, direção de produção / dublê pro Menino Diabo

Noeli Teresinha Becker, figurante

Oscar Simch, ator, no papel de Fabão

Rodrigo Scheid, assistência de direção

Vinícius Franco, 1º assistência de câmera

Vinícius Haack, figurante

Wendel Fey, captação de som


› Compartilhe

GALERIA DE FOTOS 3y61a

  •  digital

FOTOS DO DIA 3k4s29

Calor e sensação de abafamento marcam a semana (Foto: Octacílio Freitas Dias)

    73ip

O Jornal Dois Irmãos foi fundado em 1983. Sua missão é interligar as pessoas da cidade, levando-lhes informações verdadeiras sobre todos os setores da sociedade local, regional, estadual e nacional.

SAIBA MAIS 2k1e66

SIGA-NOS! 3r3m57

ÚLTIMAS NOTÍCIAS 2a4p3q

Jornal Dois Irmãos © 2025, Todos os direitos reservados Agência Vela